quarta-feira, setembro 10, 2008

Turma da Mônica Jovem - resenha

Acompanhei o lançamento de Turma da Mônica Jovem pelos jornais e fiquei atento aos comentários gerados por essa novidade do Maurício de Sousa. Muita gente torcia o nariz antes mesmo de por as mãos no primeiro número do novo gibi, agora em estilo mangá.

Compreensivo; nós, trintões, praticamente fomos alfabetizados com os quadrinhos da Turma da Mônica. Mas, antes de dar qualquer palpite, quis ver com meus próprios olhos a primeira edição da revista. Não foi fácil encontrar um exemplar, eles se esgotaram rapidamente nas bancas. Finalmente, consegui por as mãos no gibi e agora estou passando minhas impressões sobre o que vi e li.

A capa ficou “meia-boca”, mas por dentro é interessante. A principal paridade com os mangás são as páginas em preto e branco, repletas de recursos gráficos como as retículas. Os desenhos mantêm o traço característico da turma “antiga” incorporando elementos comuns à linguagem do mangá. São páginas interessantes, que não deixam nada a desejar se comparadas aos mangás mais populares importados ou produzidos por aqui mesmo.

O enredo é estapafúrdio. Mas, se enredos estapafúrdios fossem o suficiente para desacreditar uma HQ, mais da metade da produção mundial estaria comprometida. E, depois que a novela Os Mutantes, exibida pela Record, deixou claro que a diferença entre filmes como X-Men e as produções nacionais está no orçamento, exigir justamente da Turma da Mônica alguma profundidade filosófica é, no mínimo, apelação.

Com relação ao “estilo mangá”, não vejo problema algum este novo lançamento levar em consideração a tendência do mercado. Marvel e DC já fizeram versões em mangá de seus personagens, por que Maurício de Souza não poderia?

A “velha” Turma da Mônica continuará a ser publicada, para meu alívio (que de vez em quando ainda compro uns gibizinhos pra distrair) e, acredito, para o alívio de muitos de vocês que estão lendo esta crítica. Mas não devemos julgar que Maurício de Sousa está louco ou “gagá”. Ele é um dos maiores empresários dos quadrinhos no mundo, exportando as revistinhas da Mônica para mais de 30 países e recebendo prêmios em muitos deles. Certamente houve pesquisas de mercado, planejamento e tudo mais que lançamentos dessa magnitude precisam.

Na minha opinião “Turma da Mônica Jovem” perde de longe para as aventuras da baixinha, gorduchinha e dentucinha. Mas, quem está julgando é o menino que torcia pelo Cebolinha e queria ser o Chico Bento. Quem vai julgar o sucesso da “Mônica Mangá” é essa garotada, para quem a revista foi lançada.

Eduardo Bernardes (professor de Desenho Artístico Avançado)

Se você quiser conferir este lançamento vá até a Biblioteca da Casa!

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