Está em cartaz na Casa Fiat de Cultura a mostra "Olhar Viajante" com peças da Coleção Brasiliana / Fundação Estudar da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Segundo Carlos Martins e Valéria Piccoli, curadores, a exposição "propõe uma reflexão sobre a contribuição estrangeira à arte brasileira do século XIX".
São exibidas 184 obras selecioadas do acervo da Coleção Brasiliana / Fundação Estudar, divididas em três seguimentos: Rio de Janeiro e a Corte, que conta com retratos de personalidades da casa reinante, nobres e aristocratas, além de vistas da cidade do Rio de Janeiro; Registro de Viajantes, com grande quantidade e variedade de anotações, desenhos preparatórios, gravuras, relatos científicos e livros de viagens produzidas no decorrer do século XIX pelos viajantes, artistas e amadores; Paisagens do Brasil, que aborda as diferentes fisionomias que a natureza brasileira assume sob o pincel de artistas estrangeiros que passaram pelo país ou que aqui viveram, principalmente na segunda metade do século XIX.
O acervo da Coleção Brasiliana foi adquirido na França e mantido durante dez anos pela Fundação Estudar. Tem cerca de 500 obras, em sua maioria de autoria de viajantes europeus que estiveram no Brasil ao longo do século XIX e foi doado a Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2007.
Dentre as 184 obras expostas na Casa Fiat de Cultura encontram-se inúmeras gravuras (nas diversas técnicas de gravura em metal e litografia), aquarelas, pinturas a óleo, aguadas de nanquim e guaches, prato cheio para aqueles que cursaram, estão cursando ou cursarão o curso de Desenho Artistico Avançado da Casa dos quadrinhos.
O visitante pode acompanhar as obras ouvindo comentários através de aparelhos de áudio fornecidos pela Casa Fiat que também disponibiliza espaços multi-mídia com informações complementares sobre a mostra.
Estive lá ontém (04 de novembro) e fiquei impressionado com a montagem da exposição e com a qualidade das obras. Eu, que já era macaca de auditório de Rugendas e Debret sem nunca ter posto os olhos em um original, quase babei diante das gravuras desses dois mestres e, principalmente, diante de "Pasisagem com Cavaleiro" de Rugendas executada em grafite e nanquim sobre papel. Mas o que mais me impressionou foram as aguadas em nanquim do Karl Robert von Planitz. Acabei não resistindo à tentação e comprei o catálogo que vale cada centavo dos R$ 60,00.
A Casa Fiat ainda disponibliza transporte de ida e volta para a exposição. A van sai de hora em hora, a partir das 14:00 horas, defronte ao prédido da Secretaria de Estado de Educação, na Praça da liberdade.
O ingresso e o transporte são gratuítos.
A mostra fica em cartaz até o dia 18 de Dezembro e eu devo voltar lá muitas vezes antes do encerramento. Aconselho a todos professores, alunos e pessoas que visitam este blog a não perder a oportunidade de visitar o "Ohar do Viajante", tanto pelo aspecto artístico quanto pelo histórico da mostra.
Inté!
D. Amélia de Braçança. Autor não identificado; segundo Fiedrich Dürck. óleo sobre tela, posterior a 1839, 71,8 x 58,6 cm
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