O Sempre Um Papo e a Casa Fiat de Cultura apresentam no dia 30 de julho, quinta-feira, às 19h30, a palestra “Arte do povo no Brasil dos séculos XX e XXI”, dentro do ciclo “Arte em Dez Tempos”. A antropóloga, escritora e historiadora de arte carioca, Lélia Coelho Frota, uma das maiores especialistas no tema, autora do “Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro — Século 20”; e a artesã do Vale do Jequitinhonha, Maria Lira, serão as convidadas da noite. O evento tem patrocínio da Iveco, Teksid e Comau, empresas do Grupo Fiat; promoção do jornal Estado de Minas e apoio da Guarani FM. A entrada é gratuita, restrita à lotação do auditório: 180 lugares.
Nos quatro cantos do território nacional, nos rincões mais distantes, emergem produções estéticas de rara beleza vinda de gente simples. O fenômeno se repete em todo o Brasil e, Minas Gerais, tem situação privilegiada neste segmento com representantes, sobretudo, no Vale do Jequitinhonha. Quem são eles? O que pensam? De onde brota esta produção? Por outro lado, qual a análise que a especialista faz sobre desta criação estética que ainda é taxada pejorativamente como artesanato, numa tentativa de diminuí-la no mercado de arte.
Lélia Coelho Frota vai explicar como esta produção foi sendo taxada de popular de maneira preconceituosa. “Os artistas do povo no século XX, que é quando eles começam a surgir com preocupação de construir obras autorais, tiveram um desempenho tão bom quanto os letrados”, diz. Minas tem condição privilegiada, pois, segundo ela, por aqui, nas origens das cidades históricas e construção dos templos, houve grande tradição de artífices. Além de falar sobre os principais artistas do povo, vai analisar o trabalho de alguns que admira, como Maria Lira, também convidada do encontro.
Maria Lira entrou no universo das artes bem cedo, aos cinco anos, influenciada pela mãe, a artesã Odília. “Aprendi a vendo criar as bonecas inspiradas em personagens típicos de minha terra natal, Araçuaí, onde vivo até hoje.” Com o passar dos anos, para sobreviver, se tornou lavadeira e, no tempo vago, deu prosseguimento aos ensinamentos da mãe, criando no barro máscaras e figuras retratando a pobreza da região. Nos anos 70, com a ida de Frei Chico para Araçuaí, sua arte foi descoberta e valorizada. Hoje, é destaque em algumas das principais galerias do país. Nos anos 80, depois de um sério problema na coluna, foi obrigada pelos médicos a parar momentaneamente de trabalhar com argila. A pintura com pigmentos de terra surgiu como alternativa dando vida nova à sua produção artística.
Serviço
Arte em Dez Tempos – “Arte do Povo no Brasil dos Séculos XX e XXI”
Dia: 30 de julho, quinta-feira / às 19h30
Local: Casa Fiat de Cultura - Rua Jornalista Djalma de Andrade, 1.250, Belvedere
Informações: (31) 3261-1501 e www.sempreumpapo.com.br
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