A arte em quadrinhos - Lucas Libânio

Márcia Maria Cruz
Fique antenado - Caderno Gurilândia Estado de Minas

Você sabe como são feitas as revistas em quadrinhos? Como hoje é o Dia Nacional dos Quadrinhos, ou HQs, resolvemos mostrar como é todo o processo. Muitos cartunistas, como Lucas Libanio, são responsáveis por cada uma das etapas, desde a elaboração do desenho até a criação do roteiro, que é a linha condutora da história. “Faço o roteiro rascunhando”, revela.

Quando vai criar uma história, Lucas, que também é professor da Casa dos Quadrinhos e do Instituto de Arte e Projeto (Inap), faz primeiro o esboço. “Ando sempre com um caderninho, porque às vezes estou no ônibus e vejo uma situação interessante, então, faço um rabisco”, conta. Depois, ele faz o layout (desenho mais detalhado) com grafite azul. O passo seguinte é finalizar o desenho com pena e tinta nanquim. Algumas tirinhas são coloridas. Depois de prontas é só public[a-las.

Já no caso das revistas de super-heróis, como Batman e Homem-aranha, que têm milhares de exemplares publicados, o processo de produção costuma ser dividido entre vários profissionais. Os roteiristas bolam a história; os desenhistas, como o nome indica, fazem os desenhos; os arte-finalistas dão os retoques e os coloristas pintam.

Os primeiros quadrinhos surgiram juntamente com os jornais impressos. São as conhecidas tirinhas, que ainda hoje podemos encontrar na parte de entretenimento dessas publicações. Já as primeiras revistas em quadrinhos foram criadas anos depois, na década de 1930. “No início, eram coletâneas das tirinhas publicadas nos jornais. Tempos depois, os cartunistas começaram a produzir material exclusivo para as revistas”, conta Lucas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, as revistas em quadrinhos mais vendidas são as dos super-heróis. Como fazem muito sucesso, muitas dessas histórias são transformadas em filme. No Brasil, as revistas do Tio Patinhas, Pato Donald e da Turma da Mônica, esta do Maurício de Sousa, são campeãs de venda.

Também se tornaram muito populares em todo o mundo os mangás. O jeito de desenhar japonês, para muitos, é visto como um gênero diferente. “São os quadrinhos no Japão. A revista do Homem-aranha que circula por lá também é mangá”, explica Lucas. Os quadrinhos japoneses fazem muito sucesso entre os brasileiros. Prova disso é que, quando fez a versão jovem da Turma da Mônica, Maurício de Sousa usou os traços bem parecidos com os mangás japoneses.

Se você quer conhecer um pouco mais sobre a história dos quadrinhos, não pode deixar de ler as aventuras dos personagens Asterix e Tintin. “Quando era criança, gostava muito das tirinhas de humor nos jornais, como Snoop, Recruta Zero, Charlie Brown e Calvin”, lembra Lucas. Agora que você conhece o processo, que tal criar o seu próprio quadrinho? É uma atividade bem divertida e vale a pena tentar.

PASSOS

1º – O cartunista faz o esboço da história
2º – Em seguida, ele faz o layout com grafite
3º – O desenho é contornado com tinta nanquim
4º – Alguns desenhos podem ser coloridos

foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press