sábado, março 13, 2010

Miguel Gontijo no Palácio das Artes


Miguel Gontijo abre exposição e lança o livro Pintura contaminada

Artista recusa rótulo de surrealista e usa referências eruditas e pop para falar do real
Walter Sebastião - EM Cultura

“Arte é busca eterna que não chega a lugar nenhum. Ao longo do tempo, o que você consegue é desenvolver linguagem pessoal para apresentar de forma mais clara as suas ideias”, afirma o mineiro Miguel Gontijo, de 61 anos, no momento que abre exposição e lança o livro Pintura contaminada. A mostra traz aquarelas e pinturas, com curadoria de Robson Soares; o livro é apanhado de mais de quatro décadas de atividades. Em ambos está visualidade construída com imagens das mais diversas procedências, de fotos de jornal a ícones da história da arte, passando por caligrafias, criando diálogos entre elementos díspares. Não é retrospectiva, avisa Miguel Gontijo.

A exposição na Galeria Alberto da Veiga Guignard do Palácio das Artes traz cerca de 80 obras, dos anos 1980 até hoje. Técnicas diferentes, mas voltadas a apresentar um mesmo universo: “Sou atraído pelo grotesco”, afirma o artista, contando que é enfoque que traz humor para o pensamento e a percepção das obras. “Gostam de colocar o que faço como surrealismo. Não é. Estou falando do real”, acrescenta. Miguel Gontijo observa que são obras que aludem, entre outros motivos, à vivência em mundo saturado de imagens. Trata-se de visualidade barroca, “quadrinhos sem o enquadramento das HQ”, deslocamento de signos de seu contexto. Por isso, e pela importância do desenho em sua linguagem, considera que é trabalho próximo do gráfico.

As obras, explica Gontijo, são criadas a partir de imagens que o emocionam, despreocupadas com beleza, valores estéticos ou conteúdos, ainda que interessadas em diálogos entre os elementos. “É realidade particular, observação minha, interessada quase exclusivamente no visual, que cada observador interpreta como quiser”, observa. As evocações à história da arte, por exemplo, são apenas para provocar a fantasia de quem vê. A aquarela foi linguagem adotada até 1986 e, mais tarde, trocada pela pintura, pela possibilidade de fazer, desfazer e refazer a imagem. “Atrás de cada quadro há vários outros”, conta.

Serviço:
Evento:
Miguel Gontijo- pintura contaminada
Data: 13 a 28 de março
Local: Galeria Alberto da Veiga Guignard
Horário de Visitação: Terça a Sábado: 9h30 às 21h e Domingos das 16h às 21h
Entrada franca
Informações: 31 – 3236-7400

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