Construir uma obra capaz de sobreviver ao teste do tempo, ser reconhecida pelas gerações futuras, virar ícone em boa parte do mundo, se tornar objeto de desejo e ainda fazer parte do imaginário popular é o destino de poucos. Auguste Rodin (1840-1917), escultor francês que ganha nesta quinta, na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, uma importante exposição de esculturas e fotos raras registrando seu processo criativo, é, não por acaso, um desses casos. Sua importância para a história da arte é crucial.
Rodin, quando aparece, representa uma ruptura na linguagem da tradição escultórica francesa do século 19, caracterizada pelos aspectos monumentais, pelo diálogo com a literatura e cenas da história e exemplificada em obras como a Divina comédia, do italiano Dante Alighieri. Ao mesmo tempo, mantém como referência forte a obra do pintor, poeta e arquiteto renascentista italiano Michelangelo. “A maior tentativa de Rodin foi dialogar modernamente com esse artista. Queria ser tão titânico e grandioso, algo como o Michelangelo do tempo dele”, explica Renato Brolezzi, professor de história do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Rodin conseguiu.
Na busca de questionamentos e no diálogo com aspectos da escultura daquela época é que apareceu sua grandiosidade. Assim como Michelangelo, ele explorou a anatomia dos corpos, que sofreram torções, dando a sensação de movimento. O tempo todo tentou dramatizar os gestos ao limite com a intenção de forçar o espectador a girar no entorno da peça. Suas criações ganharam ainda uma independência e autonomia da literatura, não sendo mais necessário recorrer aos textos para compreensão das peças.
A técnica utilizada na feitura das esculturas também representou uma ruptura. Ao contrário do artista renascentista, que esculpia com as próprias mãos o bloco de mármore, Rodin, depois de desenhar, esculpir em formato menor em argila e fazer os moldes em gesso, passava a contar com ajudantes para ampliá-las em outros materiais. Raramente Rodin enfrentou a pedra esculpindo-a. “A autoria está na ideia, não na feitura, que pode ser artesanal ou não”, explica o professor.
A partir desta quinta-feira, na Casa Fiat de Cultura, no Belvedere, serão apresentadas 194 fotografias originais retratando o processo criativo de Rodin em seu ateliê, de 1880 a 1917. Muitas das 22 esculturas em bronze e mármore originais vão espelhar as cenas retratadas nas imagens. A mostra se completa com a presença da monumental escultura Les trois ombres (As três sombras), retirada pela primeira vez do Museu Rodin, em Paris. Também estarão expostas a versão de L’éternel printemps (A eterna primavera), bronze concebido em 1886, e a escultura Les bénédictions (As bênçãos), uma de suas mais bonitas peças em mármore, feita entre 1896 e 1911.Rodin: do Ateliê ao Museu – Fotografias e Esculturas
A partir de quinta-feira, na Casa Fiat de Cultura, Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere.
Entrada franca.
De terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h.
Há transporte gratuito: saídas de terça a domingo, Praça da Liberdade/Casa Fiat de Cultura, a partir das 9h30, a cada uma hora e meia. Sábados, domingos e feriados, a partir de 13h30, a cada uma hora e meia. Informações: http://www.casafiatdecultura.com.br/ e (31) 3289-8900.
Rodin, quando aparece, representa uma ruptura na linguagem da tradição escultórica francesa do século 19, caracterizada pelos aspectos monumentais, pelo diálogo com a literatura e cenas da história e exemplificada em obras como a Divina comédia, do italiano Dante Alighieri. Ao mesmo tempo, mantém como referência forte a obra do pintor, poeta e arquiteto renascentista italiano Michelangelo. “A maior tentativa de Rodin foi dialogar modernamente com esse artista. Queria ser tão titânico e grandioso, algo como o Michelangelo do tempo dele”, explica Renato Brolezzi, professor de história do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Rodin conseguiu.
Na busca de questionamentos e no diálogo com aspectos da escultura daquela época é que apareceu sua grandiosidade. Assim como Michelangelo, ele explorou a anatomia dos corpos, que sofreram torções, dando a sensação de movimento. O tempo todo tentou dramatizar os gestos ao limite com a intenção de forçar o espectador a girar no entorno da peça. Suas criações ganharam ainda uma independência e autonomia da literatura, não sendo mais necessário recorrer aos textos para compreensão das peças.
A técnica utilizada na feitura das esculturas também representou uma ruptura. Ao contrário do artista renascentista, que esculpia com as próprias mãos o bloco de mármore, Rodin, depois de desenhar, esculpir em formato menor em argila e fazer os moldes em gesso, passava a contar com ajudantes para ampliá-las em outros materiais. Raramente Rodin enfrentou a pedra esculpindo-a. “A autoria está na ideia, não na feitura, que pode ser artesanal ou não”, explica o professor.
A partir desta quinta-feira, na Casa Fiat de Cultura, no Belvedere, serão apresentadas 194 fotografias originais retratando o processo criativo de Rodin em seu ateliê, de 1880 a 1917. Muitas das 22 esculturas em bronze e mármore originais vão espelhar as cenas retratadas nas imagens. A mostra se completa com a presença da monumental escultura Les trois ombres (As três sombras), retirada pela primeira vez do Museu Rodin, em Paris. Também estarão expostas a versão de L’éternel printemps (A eterna primavera), bronze concebido em 1886, e a escultura Les bénédictions (As bênçãos), uma de suas mais bonitas peças em mármore, feita entre 1896 e 1911.Rodin: do Ateliê ao Museu – Fotografias e Esculturas
A partir de quinta-feira, na Casa Fiat de Cultura, Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere.
Entrada franca.
De terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h.
Há transporte gratuito: saídas de terça a domingo, Praça da Liberdade/Casa Fiat de Cultura, a partir das 9h30, a cada uma hora e meia. Sábados, domingos e feriados, a partir de 13h30, a cada uma hora e meia. Informações: http://www.casafiatdecultura.com.br/ e (31) 3289-8900.
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